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¨Pra tudo se acabar….no Domingo”!

 

Por Cláudio Murad

Terminaram as Olimpíadas, que pena! Rimos, torcemos, vibramos e choramos. O (nosso) mundo parou. Todos os olhos se voltaram para o Rio de Janeiro, quando nossa capacidade de realização seria colocada em prova. Nos superamos, em todos os sentidos. Organização, realização e participação.

No âmbito da organização não deu Zika.  Surpreendemos já nas apresentações, no desfile de abertura. A primeira impressão é o que fica! E na abertura demos um show.  Surpreendemos.  Emoção. Qualidade. Realidade.

Ao final, a estatística nos mostra que superamos o numero de medalhas dentre todas as participações anteriores. Foram 19 no total, um recorde com 7 de ouro, 6 de prata e 6 de bronze. Surpresas como as medalhas de Izaquias no remo (claro, surpresa para quem não o conhecia).  Para quem já sabia do alcance de suas possibilidades foi a concretização de uma historia. Menino pobre que nasceu fazendo esporte (isso me faz lembrar o atletismo). Uma alusão real aos quenianos.  Poderíamos citar a atleta do judô, Rafaela Silva, vinda da comunidade, que trouxe medalha de ouro, mostrando que temos potencial até melhor do que qualquer outro país. Basta apoio.

Dessa feita, me atento para o fato de que sou comentarista de atletismo, além de brasileiro. E como tal, parabenizo a todos, particularmente a Caio Bonfim, que na Prova de Marcha atlética, pouco difundida no Brasil, bateu na trave do pódio. Em suas declarações pós prova deu uma lição ao povo no tocante a discriminação. (Na Marcha o atleta parece estar rebolando).

Aos eficientes finalistas Darlan Romani e Wagner Domingues, que nos fizeram acreditar sermos capazes, indo a final de suas provas de campo, arremesso do peso e lançamento do martelo.

Entretanto o maior destaque deve ficar com o feito de Thiago Braz, no salto com vara. Como havia enfatizado em crônica anterior, era uma possibilidade.  Thiago traçou sua vitória e nos surpreendeu com o tamanho de seu voo, literalmente.

Nas eliminatórias nos deixou apreensivos, arriscou “passando um salto”, ultima tentativa que lhe restava, para uma altura imediatamente posterior, mais alto.  Aconselhado, relaxou, pensou, se concentrou, trocou de implemento (vara) e acertou a posição do poste (suporte do sarrafo) e se classificou à final.

Foi herói, destemido, superior na final. Um salto de ouro com recorde Olímpico, (significa que nenhum outro atleta daquela prova já conseguiu ultrapassar aquela altura durante uma olimpíada, hoje ou ontem..). Colocou seu nome,  na história do atletismo, do esporte, das olimpíadas, do mundo.

Entretanto, um  detalhe deve ser enfatizado.  A torcida!  A energia que lançamos a ele, ao momento, ao salto….

A participação da torcida foi destaque sine qua non! ( locução adjetiva, do latim, que significa “sem a qual não”. ) ao  feito de Thiago Braz.  Com aquele apoio, vibração.  “ Quem não cantou VAI THIAGO!…..”  como que impulsionando o atleta a voar…  Me faz lembrar aquele personagem de filme …..Toy Story.    Que gritava, querendo voar:  “Ao Infinito e Além!”  ( Buzz Lightyear). Mas só Thiago voou.

Orgulho de uma nação.  Na entrega de medalhas, foi maestro da torcida, transformando vaias em aplausos, a seu pedido, ao derrotado adversário, simplesmente o campeão e recordista mundial.

Tal fato só nos faz lembrar do poder que possuímos. O de acreditar!  Fale, sonhe, pense, deseje e trabalhe nos seus objetivos e terá conseguido. Realçando um grande pensador:

“- O futuro pertence àqueles que acreditam…!”

 

2 - murad

Me sinto um campeão, recompensado e agradecido pela oportunidade de ter contribuído, com meu trabalho, nas olimpíadas. A minha medalha também está no peito. Não pendurada pelo pescoço, mas presa ao meu coração.

Quantos de vocês ainda podem ser campeões? Quantos ainda podemos descobrir, escondidos nas comunidades, nas escolas, nas ruas, na vida. Quantos de vocês ainda podem ajudar a descobrir esses atletas, esses valores? E por fim, tão importante quanto, cadê você que ainda pode apoiar esses atletas em suas caminhadas em direção a vitoria, não só na vida, como na realização desse sonho de pódio. 

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Sobre Cláudio Murad (1 artigo)
Comentarista de Atletismo do canal SPORTV.

1 comentário em ¨Pra tudo se acabar….no Domingo”!

  1. Melhor comentarista, tanto do SporTV quanto da globo. Fez eu e a minha família gostar de assistir todas as provas de atletismo. Tive o prazer de conhecer ele e é tão bom como comentarista quanto como pessoa.

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