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Gabriel “Monstrengo”

Poderia iniciar este artigo com “era uma vez” um menino pobre que entrou para a polícia com o objetivo de servir a sociedade e protegê-la. Essa seria uma introdução perfeita para Gabriel Monteiro, um menino da periferia que sofreu com a mazela de ser pobre e que lutou, dia a dia, para encontrar um lugar ao sol. Sua fama de “falador” já era conhecida de seus colegas de caserna, por essa razão que muitos policias o incentivaram na criação de um canal no Youtube. Não demorou muito para que seus vídeos atingissem alto índice de visualização e o resultado, além de   monetário, foi a fama de Youtuber. Seus seguidores, a maioria bolsonaristas, facilitaram sua vitória nas eleições para a Câmara de Vereadores do Município do Rio de Janeiro. A princípio o “Monstrengo” deveria ser conservador em relação a valores morais e éticos, eu falei deveria, mas não foi isso o que aconteceu. Seu primeiro grande problema relacionado a justiça foi com o Coronel Ibis. Esse grande imbróglio rendeu-lhe uma intensa exposição na mídia televisiva, impressa e internet. Ao ser processado, Gabriel Monteiro foi obrigado a indenizar o Coronel Ibis. A partir desse momento, ele passou a perseguir outras pessoas com mesmo intuito, “likes” para o seu canal. Como diz o ditado “você come o que planta” e “Monstrengo” degustou de sua ruína, em 18/08/22. Tudo começou com uma denúncia realizada pelo jornalista Pedro Figueiredo, para o Fantástico, programa da TV Globo. Pedro realizou uma matéria onde assessores de gabinete revelavam o comportamento e a conduta do então vereador. Na mesma semana, Gabriel conseguiu atingir seu objetivo de ficar famoso no Brasil, só com um detalhe, sua fama veio com o rótulo de estuprador e abusador de menores. O processo segue na justiça, sendo apreciado. Na mesma semana, a Câmara Municipal instaurou um inquérito e formou uma comissão. O Vereador Chico Alencar se tornara o relator desse processo. Foram 128 dias de muito trabalho e ao final, Chico Alencar leu o parecer favorável à cassação de mandato. Infelizmente, a Casa que deveria abrigar valores, foi obrigada a cassar um monstro que tem como presa meninas menores de idade. Um dia triste para a política brasileira. Próximo ao final da leitura do relatório, o vereador Chico Alencar proferiu, citando o historiador Capistrano de Abreu, as seguintes palavras:

“Todo brasileiro é obrigado a ter vergonha na cara. Tenho a certeza de que esta casa vai votar com honradez e mostrar que tem vergonha! Vamos ao voto pela dignidade pela democracia e pela decência na vida pública!”

Linkezine pediu para o vereador comentar o sentimento da cassação:

Esse sentimento em que o vereador Chico Alencar se refere é comum a todos. O povo precisa também fazer a mea-culpa e começar a votar com mais consciência. Não se pode votar por influência de achismos, sem comprovação. Isso é um erro!  Por conta dessa prática que criamos e abrigamos monstros como Gabriel Monteiro. A democracia precisa ser praticada por pessoas preparadas, com formação adequada aos cargos públicos ocupados e por isso, a eleição popular é de tamanha importância. Quem elabora e fiscaliza as leis, não pode ser transgressor, muito menos um delinquente. Infelizmente, não é isso que vemos a cada eleição.  No caso desse ex-vereador cassado, o futuro é incerto e sua candidatura para deputado federal está ameaçada. PSOL e Rede já protocolaram notícia de inelegibilidade contra o candidato e o requerimento se baseia na lei da ficha limpa. 

Ficarei na esperança do PSOL e do Rede conseguir seu intento. Que nessas eleições consigamos aprovar melhores políticos como Chico Alencar, só assim teremos postura e credibilidade em nossos parlamentos.          

Sobre Josué Bittencourt (1073 artigos)
Josué Bittencourt, carioca, pós- graduado pela faculdade Cândido Mendes. Atua no mercado com sua empresa Arte Foto Design é proprietário do site de conteúdo Linkezine. Registro Profissional: MTb : 0041561/RJ

1 comentário em Gabriel “Monstrengo”

  1. Francisco Alencar // 20/08/2022 às 11:19 pm // Responder

    Bela análise, Josué. Foi no ponto: dignidade na política, valores éticos para os agentes públicos. PARABÉNS.

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