Esse 7 de setembro deveria ser grandioso, por causa da data do bicentenário da República, mas infelizmente o que vimos foi uma réplica de cunho noveleiro chamada Sucupira. Nessa novela o prefeito da cidade era um homem caricato, que continha tudo de abominável da política brasileira, o odiado e amado Odorico. Este personagem ganhou vida através do grande ator Paulo Gracindo, com Dias Gomes como autor de toda essa trama. O imaginário de Dias era fértil, mostrando como os políticos agiam naquela época. Estou falando do ano de 1973! Nessa época o Brasil ainda vivia uma ditadura, mas por que estou falando de Sucupira, e por que estou falando de Odorico? Pois bem, essa analogia que estou realizando no dia de hoje é real e necessária, pois vimos hoje o povo brasileiro indo ao encontro de um presidente que conseguiu ser um personagem digno de uma novela. Suas atitudes na data de hoje extrapolaram tudo, vimos hoje um show de como não se deve fazer política, pela manhã na explanada Bolsonaro ao subir no palanque ao lado de um empresário, deixa claro que seu compromisso é com o seu eleitorado fiel, e sua atitude de deixar de lado o presidente de Portugal Marcelo Rebelo de Sousa, sinaliza sua falta de sensibilidade e diplomacia pelo tema do Bicentenário. O coração de Dom Pedro I está no Brasil para realizar essa comemoração, e o presidente de Portugal também está no Brasil para comemorar, e Bolsonaro não fez a sua parte de chefe de estado em receber de forma diplomática nossa pátria mãe. Ao invés disso, subiu ao palanque em Brasília para falar para sua bolha com direito a beijo de novela na primeira dama, comparando-a de forma deselegante, com as outras, e ainda conseguiu chegar ao máximo do quesito Sucupira, puxando um coro de “imbrochável”, deixando sua própria esposa vermelha de vergonha. Será que é esse o representante que queremos? Será que é essa imagem que devemos passar para o mundo? Claro que não! Esse Bicentenário ficou marcado como o showmício de Bolsonaro. Vivemos hoje uma verdadeira vergonha nacional. O Brasil é maior que Sucupira, e o Brasil não é essa vergonha que ofende a mulher, que valoriza arma e que semeia ódio. O verde e amarelo é de todos os brasileiros que amam esse país, que querem um Brasil livre desse ódio, desses valores primários que Bolsonaro trás para sua campanha.

                       Viva os duzentos anos do nosso Brasil!