Nessa época, ele tinha trinta e um anos e seu padrinho no garimpo era o Major Curió, um personagem que merecia ser banido da nossa história.

Bolsonaro, quando ainda era militar, resolveu ganhar um trocado a mais para complementar seu soldo e por essa razão pegou suas trouxas e, em 1986, rumou a Curionópolis, cidade da região da Serra Pelada. Nessa época, ele tinha trinta e um anos e seu padrinho no garimpo era o Major Curió, um personagem que merecia ser banido da nossa história. Esse homem foi um ex-agente do Serviço Nacional, o SNI, que por bons serviços prestados na guerrilha do Araguaia foi indicado para a administração da Serra Pelada. Lá, se tornou deputado federal eleito pelo antigo PMDB. Curió foi um torturador que reconheceu em Bolsonaro, a força de combate ao comunismo.  O engraçado é que nessa época, Bolsonaro não era conhecido no âmbito nacional, sua única façanha seria a elaboração de um artigo para a revista “Veja”, reclamando do soldo que recebia na época. Curió chegou a redigir esta carta aberta, a Bolsonaro.

A carta elaborada por Curió é uma passada de bastão para o então capitão. Não preciso dizer que Bolsonaro também entrou para a política e que sua representatividade era motivo de chacota por todos os políticos. Suas bandeiras sempre foram as mesmas, as mesmas levantadas pelo torturador Curió. Posso dizer que ele nunca enganou a ninguém. Como deputado federal, Bolsonaro apresentava um perfil intolerante e agressivo, fora suas parcerias políticas. Hoje, Bolsonaro é filiado ao partido de Valdemar da Costa Neto, o PL, um partido conhecido por suas ligações escusas de acertos nas sombras. Outro parceiro fiel do seu convívio é o deputado federal Artur Lira e assim, segue a extensa lista de aliados estranhos.

Quando Bolsonaro teve a chance de ser fiel aos seus ideais, não perdeu a oportunidade. No dia do impeachment de Dilma Rousseff, fez um breve discurso enaltecendo o torturador Ustra.

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Bolsonaro vem assentando seus tijolos nos degraus da história. Muitos apoiadores reclamam de sua postura e de sua forma grosseira de ser, mas o problema é que ele é assim e vai morrer assim, a famosa “Síndrome de Gabriela”. Para muitos, essa eleição trouxe uma surpresa, o Brasil está polarizado e existem muitos eleitores que temem falar o que pensam de verdade, com isso, o voto envergonhado levou Bolsonaro ao segundo turno, e pode dar a Tarcísio de Freitas, o “carioca paulista”, o governo de São Paulo. O primeiro turno revelou uma câmara de deputados federais, estaduais e o Senado alinhados ao pensamento de direita. O problema é que Bolsonaro é da extrema direita, esse é seu perfil, uma pessoa extremista, agressiva e truculenta.  Antes de votar precisamos pensar.