Brasil na Copa e Política na chuteira
Começou a copa do mundo com o Brasil ainda tentando voltar à normalidade. Ainda é possível ouvir frases como: “estou de verde e amarelo para torcer pelo Brasil”. Essa afirmação anula de vez o sequestro feito por Bolsonaro em seus atos políticos, ao pedir para que seus manifestantes saíssem às ruas vestindo verde e amarelo, enaltecendo seu ego. Muito se falou sobre esse sequestro das cores da bandeira brasileira para um movimento. Da mesma forma, em outros tempos, se falava da cor vermelha, cor predominante dos partidos de esquerda. O brasileiro precisa ter em mente que a cor predominante de qualquer movimento simboliza apenas o movimento. A cor ou o símbolo de qualquer movimento político é apenas uma forma figurada de validar a presença dos participantes daquele grupo. A explicação é simples, o problema são as pessoas que dificultam, esse sempre foi o grande obstáculo.
O Brasil já fez o seu primeiro jogo e as polêmicas começaram. O belo gol de Richarlison resgatou um novo herói, um herói esquecido, que o brasileiro já não via há muito tempo. Um menino carente saído do interior do Brasil, um Brasil abandonado, que só é percebido quando um filho seu brilha mais que o sol, em outros territórios, ou melhor, em terras estrangeiras. Esse menino reflete a luz para um lugar esquecido, que agora todos querem apreciar e entender, como esse menino conseguiu fazer brilhar essa estrela. Assim fez Richarlison, com dois gols, sendo um deles uma obra de arte, no primeiro jogo da Copa que ascendeu esse herói brasileiro esquecido. Um herói que tomou a vacina contra a Covid, um herói que destina 10% do seu salário para um Instituto de tratamento de câncer… é uma lista imensa de bons exemplos realizados por Richarlison que em dias tão tenebrosos demonstrou bom senso. Vermos um jogador de futebol, com uma história comum a todos os outros, mas com o diferencial de olhar para os seus, atitudes que já tornam Richarlison um novo herói brasileiro.
O Brasil ainda tem uma longa jornada nessa Copa e como diz Zagalo: “faltam 6 jogos para a final”. É nesse clima que o brasileiro precisa se inserir, no resgate dos valores perdidos. Richarlison resgata a camisa verde e amarela e a devolve ao povo brasileiro, somos uma só torcida, somos todos brasileiros torcendo pelo nosso país. Enquanto a Copa segue e a bola rola, ainda vemos bloqueios em estradas, situações desagradáveis, como pessoas acampadas em frete aos quarteis militares, sugerindo o retorno da ditadura e praticando atos antidemocráticos. Enfim, mesmo após o fim das eleições, ainda é possível ver situações constrangedoras para democracia.
Nessa semana que se encerra, o PL realizou um ato de puro desespero, ao pedir a anulação das eleições e recebeu do Ministro Alexandre de Moraes, uma multa de 22 milhões. Com isso, o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, saiu chamuscado desse episódio e para piorar a situação ganhou o carimbo de golpista nas costas. Quem analisar a semana vai pensar que a bola fora foi só de um lado, pelo contrário, o nome de Alexandre Frota foi indicado para a equipe de transição do governo Lula, para ajudar a refazer a pasta da Cultura. Foi o nome de Alexandre Frota ser anunciado, para a equipe de transição receber uma saraivada de críticas, ao ponto do próprio indicado declinar ao convite. Esse é o preço de um governo que está prometendo conversar com todos e quer agradar a todos.
Nos bastidores, muitos já avisam que o governo do PT estará nas mãos do Centrão, já na votação dos 600 reais para o Bolsa Família, pelo visto mudam os personagens, mas não muda o Centrão. O que já se pode perceber aos poucos é Fernando Haddad começando a dialogar com o mercado financeiro, fazendo um papel “quase” de Ministro da Fazenda, com um discurso pro ativo, ajustado, mas pouco eficaz para conter o Touro da Bolsa de Valores, infelizmente, Haddad ainda precisa ganhar a confiança do mercado muito espinhento e volátil. Do mais, a bola vai rolar essa semana e veremos o que o nosso novo herói poderá realizar.
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