O espião que falava demais
Marcos do Val, a que tudo indica, vem atuando de forma aleatória e sem muita preocupação com a sua própria imagem. Já concedeu várias entrevistas, a cada qual, apresentou versões diferentes para uma mesma narrativa. A única certeza que fica, nessa história, é que existiu de fato uma reunião com participação de Daniel Silveira, Marcos do Val e Bolsonaro, onde o teor descrito pelo próprio também já não é mais novidade para ninguém. Pelo visto, havia um plano para gravar o Ministro Alexandre de Moraes, porém, o próprio Ministro, em vídeo, afirma que do Val não teria a intenção de seguir com a denúncia, fato ocorrido em 07 de dezembro, quase um mês antes aos ataques no Planalto.
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No vídeo apresentado, ficam claras as intenções de Marcos do Val em confundir o Ministro, dando uma informação para gerar uma resposta impulsiva. Marcos esqueceu que a justiça precisa ser acionada para que haja uma reação e para tanto, do Val precisava seguir com a denúncia conforme prevê a lei, somente assim, as investigações seriam iniciadas. A denúncia não foi apresentada, ao contrário, segundo ele tudo foi guardado para um momento de raiva. Nesse vídeo, Marcos comenta a entrevista dada a revista “Veja” e comunica que deixará o cargo de Senador para residir fora do Brasil. Tais declarações foram mencionadas durante a madrugada de quarta para quinta, causando um grande espanto entre os jornalistas que, atordoados, não conseguiam analisar qual era o verdadeiro motivo por trás desse imbróglio.
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Com o avançar das horas e com as várias entrevistas concedidas, os jornalistas começaram a entender que existia ali um jogo duplo da pessoa Marco do Val. A princípio, ele acusava os bolsonaristas de quererem manchar sua reputação. Com as análises dos próprios depoimentos dados foi possível perceber uma inverdade, vejamos: em um momento ele conversa, reservadamente, com Flávio Bolsonaro; em outro momento, ele acusa o ex-presidente de conspirar contra a República. Flavio comparece, então, à tribuna do Senado para esclarecer que a conversa entre Silveira, do Val e Bolsonaro existiu, mas não configurou crime. Se conspirar contra a República não é crime, o que seria essa conversa, então? Fica aí, o questionamento. Pelo visto, esse fato lamentável vai marcar o Senador Marcos do Val como “o espião que falava demais”. A CPI, que tanto o senador propagou, não vai ter forças. Sua intenção só serviu para colaborar com as investigações que já estavam em andamento, em relação aos atos de 8 de janeiro e o papel do ex-presidente nesse cenário. Marcos do Val garantiu seus 15 minutos de fama, para vender uma história de traição, com o seu início na votação a presidência do Senado, onde foi sinalizado pelo movimento MBL. Segundo o movimento, do Val teria votado em Pacheco e seria, portanto, um traidor. Esse foi o estopim para que ele realizasse uma live, durante a madrugada, para mencionar sua entrevista à “Veja” e declarar seu pedido de renúncia.
Tudo não passou de blefe, a revista publicou o conteúdo um dia antes, o Senador deu várias versões aos jornalistas, solicitou CPI e foi ouvido pela PF. Aparentemente, ele está alimentando o PT, para tornar Bolsonaro inelegível. Esse fato tomou muito tempo da mídia graças a maneira transloucada que Marcos do Val o apresentou. Posso dizer que depois desse episódio, a palavra desse Senador, vindo do filme “Loucademia de Polícia”, não terá mais nenhum valor para a mídia séria, que pretende realizar um bom trabalho jornalístico. Da minha parte, considero uma porta para não ser procurada dentro do senado, que fique com suas loucuras conspiratórias para o público que gosta de bater palma para maluco dançar, daqui não sai uma palma se quer, somente vaias.
Por dias melhores!
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