Breaking News

13,75%, o número da discórdia

Lula começou seu mandato sinalizando o incomodo que sentia ao ver os juros chegando ao maior patamar desde janeiro de 2017. Esses juros contêm, para Lula, uma carga política retroativa do governo antecessor. Para ele, Campos Neto teria outras ferramentas disponíveis que não seriam a taxa Selic de 13,75%. Essa imposição, para muitos especialistas, serve como um freio na inflação. Com os juros altos ocorre uma queda no consumo e, sem a movimentação financeira, o crescimento econômico perde força. Para o presidente, essa política não ajuda o seu governo. Em seus discursos de campanha, Lula prometia uma economia vigorosa, mesmo sabendo da grande dificuldade que teria pela frente e que uma delas era, justamente, os juros altos impostos por Paulo Guedes. Muitos não sabem, mas Paulo Guedes é oriundo do mercado financeiro, volta e meia mencionava, em suas entrevistas, que o Brasil só sairia dessa situação caso vendesse uma boa parte de suas Estatais. Em entrevista à CNN Brasil, em 2019, o ministro da Economia Paulo Guedes declarou: “Eu gostaria de privatizar todas as Estatais”. Fazem parte da lista das empresas na mira de Paulo Guedes:  Correios, Eletrobrás, Dataprev, Serpro e CBTU. Das candidatas, somente a Eletrobrás foi privatizada. Entendam que a política do governo anterior era liberal, para o governo atual esse modelo não é cabível e com isso, Campos Neto se torna uma pedra no sapato de Lula. Com os juros altos, é preciso realizar, com muita rapidez, uma reforma tributária e só assim alcançaremos um crescimento na política de juros.  

Fernando Haddad, Ministro da Fazenda, pretende submeter ao congresso, no primeiro semestre desse ano, a aprovação da pauta alegando uma “boa negociação”. Haddad falou, no final de janeiro, que tanto a revisão do sistema de impostos, quanto a criação de um arcabouço fiscal (em substituição ao teto de gastos) serão votados no primeiro semestre de 2023. Ele aposta em medidas para diminuir as pressões inflacionárias e facilitar a condução da taxa básica de juros pelo BC (Banco Central). Essa é uma previsão otimista vinda de um Ministro que se relaciona bem no congresso, só que isso não garante aprovação, pelo contrário, abre espaço para especulações e negociações.

Aqui no Brasil, o que pode ser positivo para a política nem sempre se converte em benefício ao povo. Se a reforma tributária não passar, a guerra entre Lula e Campos Neto se estenderá até o fim do mandato do presidente do Banco Central. A lei é clara e a autonomia do Banco Central é garantida por ela para proteger a economia da política. Nessa queda de braço, quem saí perdendo é povo, infelizmente.

Por dias melhores!

Sobre Josué Bittencourt (1072 artigos)
Josué Bittencourt, carioca, pós- graduado pela faculdade Cândido Mendes. Atua no mercado com sua empresa Arte Foto Design é proprietário do site de conteúdo Linkezine. Registro Profissional: MTb : 0041561/RJ

Deixe uma resposta

%d blogueiros gostam disto: