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Os “Cacs” de Bolsonaro

A política de liberar armas a qualquer pessoa que apresentasse um documento comprovando sua participação no de clube de tiro, ou sendo colecionador de armas, levou o Exército brasileiro a legalizar, em 2022, o número de 33.079 armas em território nacional. Muitos caçadores esportivos e atiradores usufruíram deste benefício. Inúmeros “Cacs” portaram armas de diversos calibres e modelos, com a alegação de ser um objeto de uso privado. Muitos desses “Cacs” aproveitaram desta facilidade para comprar e revender armas. Hoje temos múltiplas pessoas armadas, sem o devido preparo e equilíbrio emocional para portá-las.

No final do ano passado, tivemos a seguinte cena: Carla Zambelli, uma Deputada Federal, ao discutir de forma acalorada com uma pessoa na rua, por conta da eleição presidencial, fez valer seu direito e sacou a arma que portava na cintura. A deputada e um de seus seguranças, com as armas em punho, saíram em perseguição à vítima até um bar que estava cheio de clientes, pondo em risco vidas, sendo capaz de gerar uma tragédia. Esse fato grave, até hoje, é lembrado como a “pá de cal” para a derrota de Bolsonaro. Esse é um bom exemplo a ser dado de como pessoas da extrema direita agem quando armados. Ninguém quer ser tachado de agressivo ou violento, só a extrema direita, derrotada nas urnas, mantem esse pensamento. A extrema direita precisa modificar seus conceitos e um deles passa pela política armamentista, essa política é danosa, não é benéfica ao nosso Brasil.

Essa semana uma tragédia se abateu no nosso país. Dois homens abriam fogo contra sete pessoas por causa de uma dívida de jogo. Entre os mortos foi encontrada uma menina de doze anos. Nada justifica essa chacina. Dentro da apuração, já realizada por vários veículos de comunicação, é possível concluir que todos que estavam no local jogando eram conhecidos e o motivo da agressão pode ter sido fútil.

Com o novo governo, os decretos que facilitam os registros de novos “Cacs” foram suspensos. Outras medidas também estão sendo aplicadas e uma delas é a limitação na compra de armas. Agora a quantidade de armas diminuiu para, no máximo, três. Na minha compreensão ainda é muito para uma única pessoa, uma única arma seria o suficiente para um indivíduo que deseje pertencer ao “Cac”. Essa política desastrosa de armar pessoas sem estrutura emocional, muitas das vezes com o caráter duvidoso, levou ao que temos hoje, números de homicídio subindo, muito por causa de pessoas desequilibradas, que não deveriam portar armas. A tragédia de Sinop é o pior retrato que essa política pode continuar trazendo. Espero que esse novo governo possa realizar uma limpeza nesses clubes de tiro, e que haja mais política de pacificação. Outra vontade pessoal é ver a bandeira do desarmamento tremular novamente em nosso país. O Brasil não precisa de armas, precisa de paz!                 

Sobre Josué Bittencourt (1073 artigos)
Josué Bittencourt, carioca, pós- graduado pela faculdade Cândido Mendes. Atua no mercado com sua empresa Arte Foto Design é proprietário do site de conteúdo Linkezine. Registro Profissional: MTb : 0041561/RJ

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