Esta semana, o Deputado Federal Dalton Dellagnol, do Podemos – PR, foi cassado pelo TSE. O motivo foi a sua exoneração do cargo de procurador da república, um ano antes das eleições de 2022. O Ministro da Corte, Benedito Gonçalves, argumentou, em seu voto, que a exoneração de Dellagnol “teve o propósito claro e específico de burlar a inelegibilidade.” A votação para a cassação foi unânime e dessa forma, só resta agora Dalton seguir para o STF e tentar mudar o resultado. Essa será uma tarefa árdua tendo em vista que três ministros que fazem parte do TSE, também fazem parte do STF.

Na noite de terça-feira, o tilintar das taças de champanhe foram ouvidos de longe. Valdemar da Costa Neto comemorava a decisão da cassação de Dalton por um simples motivo: o Ministro Benedito Gonçalves ter validado o pleito do primeiro mais votado da eleição de 2022, para deputado federal em Curitiba e assim assumir o lugar do Dalton. O Partido Podemos não conseguiu uma votação expressiva para fazer um suplente direto e, pela nova regra eleitoral, o partido não atingira o número suficiente de votos para indicar um suplente direto. Já o PL, com a votação necessária segundo a regra, consegue indicar um membro para suplente direto e assim elevar para 100 parlamentares. Essa conta ainda pode subir mais, Sergio Moro está sendo alvo de um processo do PL no TSE. Esse processo só terá uma definição no último trimestre desse ano e caso o parecer seja favorável ao PL, teremos novas comemorações por parte de Valdemar.

Tempos difíceis para a direita brasileira. Além dessa situação, temos também a informação de que o parlamentar de Minas Gerais, Nikolas Ferreira (PL – MG), em entrevista ao Metrópole, fez a seguinte afirmação: “E acredito que está no radar deles (TSE) cassar, não só a mim, mas Moro, Magno Malta, Eduardo Bolsonaro, Flávio e o próprio Bolsonaro. Porque não temos uma Justiça pautada na Constituição e no correto. O que temos hoje é uma perseguição jurídica”. O que existe para o deputado é um pedido de cassação feita pelo Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania, por sua fala transfóbica, no dia internacional da Mulher.

Já Bolsonaro, a cada dia está mais próximo de se tornar inelegível e para muitos, isso é questão de dias, no máximo meses, já que a situação se complica demais para ele e todos os dias, temos novos personagens inserido nas narrativas do ex-presidente. Até agora, os únicos que podem dizer que “não existe nada no radar, por enquanto” são: Eduardo e Magno Malta. A princípio, são os únicos da lista de Nikolas que podem afirmar que a vida está fácil e continuar remando.

Muitos parlamentares estão vendo essa cassação de Dalton, como um risco para seus mandatos. Houve uma reunião para tentar pressionar Artur Lira (PP/ AL) a se manifestar a favor de Dalton, mas foi uma reunião em vão. Tentaram usar a votação do arcabouço fiscal para pressionar, mas o Deputado Federal, líder da Câmara, Altineu Cortes (PL/ RJ), se recusou a ceder tal pressão. Tudo indica que os radicais de direita começam a ficar sós, sem ter com quem destilar sua raiva incompreensível. E que eles fiquem por lá mesmo, porque ninguém quer mais essa estranha extrema direita novamente.