Acaba de estrear, nas telas de todo o Brasil, o filme Barbie. Na onda do longa-metragem da boneca mais famosa do mundo, imaginei quem, na nossa política, conseguiria se enquadrar nos moldes Barbie. Pensei, analisei e lembrei dos anos noventa. Rosane de Mello, esposa do então presidente Fernando Collor de Mello, poderia representar a personagem, mas como ela não quis seguir carreira política e sua atuação como primeira dama não foi lá das melhores, preferi a ex-primeira-dama, Michelle Bolsonaro, ou melhor, Michelle de Paula Firmo Reinaldo Bolsonaro. A narrativa da qual inicio este artigo poderia ser de uma mulher que viveu momentos delicados e conseguiu dar a volta por cima. Quem já escreveu a vida pregressa de Michelle viu uma jovem trabalhadora, com um começou de carreira como modelo em eventos, demonstradora de alimentos e de vinhos. Um início difícil para garantir o pão de cada dia. Mas, por influência de pessoas próximas à igreja evangélica, decidiu abandonar a carreira de modelo alegando não representar um bom caminho, segundo relatam. Tempos depois veio o emprego na Câmara de Deputados Federais, onde trabalhou para o deputado Dr. Ubiali, parlamentar de esquerda filiado ao PSB. Esse foi um divisor de águas para Michelle, por um único motivo, o escritório ficava bem próximo ao gabinete de Bolsonaro, na época um deputado federal. Bolsonaro e Michelle se conheceram em 2006, quando ela trabalhava como secretária do deputado Dr. Ubiali, do PSB.  Jair Bolsonaro passava pelo corredor onde a imagem de Michelle ficava refletida num espelho. O reflexo era da mesa onde ela recepcionava o público. Em novembro de 2007, Michelle foi promovida de namorada à esposa num casamento no civil, sem alarde. No ano seguinte, em 2008, a proibição do nepotismo na administração pública fez com que Michelle tivesse que ser exonerada. Desde então, ela passou a se dedicar as atividades da igreja e hoje define sua profissão como: “intérprete de Libras”. A família de Michelle é um episódio à parte. Seu pai, motorista de ônibus, sempre é lembrado por Bolsonaro em seus discursos para ilustrar que não é racista, nem preconceituoso, ressaltando sempre que seu sogro é o “Paulo Negão”. Em seus discursos declarava que seu sogro era cabeça chata. Pelo visto, esse era o jeito carinhoso que Bolsonaro se relacionava com a família.

Michelle e seu pai

Já sua mãe, antes mesmo de começar, é preciso perguntar qual dos dois CPF podemos analisar. Mas esse caso foi arquivado e sua mãe não foi presa por falsificação ideológica. Agora a avó Michelle? Ela sim! Foi presa por tráfico de drogas em 1997 e morreu sem ser recebida no palácio do planalto pela neta, nossa ex-primeira-dama. Mas não irei me comparar ao programa do Ratinho, muito menos ao saudoso Alborghetti, para expor a vida alheia desse jeito. O fato é um só, como Michelle Bolsonaro será o trunfo na manga de Waldemar da Costa Neto do PL, para uma corrida presidencial em 2026, com um passado familiar para lá de duvidoso como esse? Digo mais! É preciso explicar vários fatos como o esquema das rachadinhas do Queiroz; as joias recebidas de presente vindo do mundo árabe; relação estremecida com Carlos Bolsonaro, entre outros. Paremos por aqui porque a lista é interminável. Michelle está longe de ser a boneca do filme da Barbie, muito menos Bolsonaro de ser o Ken. A vida real desses dois não chega perto de ser um mundo de brincadeiras infantis, pelo contrário. Para muitos radicais de direita, Michelle é hoje a melhor aposta de Bolsonaro e Valdemar, para seguir na corrida presidencial, em 2026. Esses muitos extremistas acreditam em um caminho de dois anos e meio para montar uma boneca que fala e pensa a cartilha da extrema direita brasileira. Só nos resta agora é esperar e ver como será nossa Barbie extremista da direita brasileira.