Augusto Aras é o nome na mesa de Lula
A rádio corredor, do Palácio do Planalto, vem sinalizando alguns alertas em relação a figura do procurador geral Augusto Aras. O alarde começou antes mesmo da posse de Lula, quando um velho amigo de todas as horas, o ex-ministro da casa civil José Dirceu, entrou no circuito para abrandar os ânimos exaltados de alguns integrantes do PT, em relação a presença de Augusto Aras na PGR. Passados mais de seis meses da posse de Lula, a figura de Aras volta a rondar a lista dos indicados para o cargo. Para muitos, esse nome é importante por manter o governo fora de escândalos, fora de aborrecimentos e assuntos inconvenientes. Durante quatro anos do governo Bolsonaro, Augusto Aras conservou sua administração imune à vários assuntos dolorosos e um deles foi a pandemia. Alguns consideram que Aras fechou os olhos para o comando de Bolsonaro e sua imparcialidade contribuiu para chegarmos a um número de vítimas acima de 70 mil vidas, uma verdadeira tragédia humanitária. Esse carimbo de “engavetador da república”, Augusto Aras leva no peito e, pelo visto, não se incomoda com o rótulo. Ele pode até não sentir o peso do título, mas existem cidadãos que vivenciaram maus momentos da pandemia e não esquecem o sofrimento. É o caso da Ministra Simone Tebet que, em entrevista dada para a jornalista Miriam Leitão, faz a seguinte menção.
Vídeo: GloboNews
Quem assistiu a essa parte da entrevista, deve lembrar como era a atuação da Senadora Simone Tebet, na CPI da Covid. Hoje, a realidade é diferente e seu partido, MDB, coaduna com o governo Lula, só não sabemos até quando. Nesta entrevista, fica explicita sua decepção ao ver o nome do antigo algoz Augusto Ara ser lembrado por uma ala do PT, para permanecer no cargo de Procurador Geral da República, ainda que não tendo a simpatia de Lula. No início desse artigo, relembro a importância do papel desempenhado por José Dirceu para amenizar os ânimos exaltados, que queriam a cabeça de Aras, já no primeiro dia de mandato do governo Lula. Dirceu foi peça chave para a presença de Aras até os dias de hoje, à frente da PGR. Pelo visto, podemos ter mais dois anos de Aras e, caso isso aconteça, ele completará uma gestão de seis anos. Um órgão como a PGR não pode ser usado para engavetar processos e sim, para investigar possíveis falhas no governo. O PT ainda lembra, com muito receio, a figura de Rodrigo Janot, da mesma forma que Michel Temer recorda a figura de Raquel Dodge. São com personalidades como estas que se faz uma democracia justa para todos. Lula terá que decidir entre uma figura conflitante para a democracia, ou uma cara nova, com novos projetos para o Brasil. Em breve conheceremos a resposta e que seja positiva para a democracia do país.
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