Zanin toma posse no STF
Cristiano Zanin foi o advogado que defendeu Lula na operação Lava Jato. Sua biografia é digna de filme “sessão da tarde”, com Zanin assumindo o cargo do ex-ministro Ricardo Lewandowsvki, como desfecho. Quando Cristiano Zanin começou a ser notado pela mídia, era apenas um advogado com pouca experiência na área criminal. Seu sogro e ex-sócio Roberto Teixeira era amigo de Lula, razão pela qual Zanin foi escolhido para defendê-lo nas causas do Triplex de Guarujá e do sítio de Atibaia. Todas essas causas foram julgadas pelo ex-Juiz Federal Sérgio Moro. A mídia, naquela época, divulgou intensamente o caso, o que fez com que Zanin e Moro ganhassem status bem distintos. Uma parcela da sociedade acreditava que Moro era um grande herói, saído dos quadrinhos para o mundo real. Zanin era um advogado iniciante, numa causa quase perdida. Lula foi preso e mesmo assim, Zanin manteve o foco em seu cliente até sua soltura. Nos piores momentos, ele esteve lá, firme e forte para manter o timão em curso. O final desta história se deu com Moro atuando na política e Zanin como ministro do STF. Para alguns brasileiros, o reverso seria mais justo: Moro ministro do STF e Zanin político. Mas, como dizia Nelson Rodrigues “A vida como ela é”, uma vida que precisa ser construída agora e usufruída no futuro. O que sabemos, até o momento, sobre o Ministro Cristiano Zanin é que ele tem 47 anos, sendo o mais novo ministro do STF e que seu tempo de permanência na casa está previsto até 2050. Na próxima quarta-feira, dia nove, Zanin julgará a validade do juiz de garantias, mecanismo segundo o qual o magistrado responsável pela sentença não será o mesmo que analisará as cautelares, durante o processo criminal. Na prática, os processos penais passariam a ser acompanhados por dois magistrados: o juiz de garantias, cujo o foco seria assegurar a legalidade das investigações evitando excessos e o juiz convencional, que decidirá sobre a continuidade das apurações e a sentença. Atualmente, no Brasil, os juízes acumulam essas funções. Suas atribuições receberam holofotes e isso ocorreu também nas conduções dos processos que irão favorecer o governo, um tendão de Aquiles que Zanin terá pela frente. O filme da vida real sofreu uma inversão, o herói do passado virou antagonista. E hoje, o prematuro advogado é um homem com experiência suficiente para assumir uma cadeira, da mais alta corte brasileira, e assim vamos caminhado pela vida.
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