O “tic-tac” do relógio está acelerado para Bolsonaro. A quinta-feira, 17 de agosto, representou o ápice da CPMI do dia 8 de janeiro. O hacker Delgatti apresentou declarações comprometedoras que incluíam uma reunião com o próprio Bolsonaro e outras informações que vêm surgindo a cada dia. O cerco se fecha e sua imagem de homem público já está arranhada perante seus eleitores. Alguns fieis amigos de quatro anos clamam por explicações, principalmente desses fatos novos. Bolsonaro precisa esclarecer, de forma contundente, tais acusações para que não paire nenhuma dúvida perante a opinião pública.

Bolsonaro colherá o que plantou durante os quatros anos de sua administração. Sua forma truculenta de agir, a imagem de homem categórico e a forma de conduzir a política, nada mais era que uma cortina de fumaça. Hoje, os fatos mostram um homem frio, com um único desejo de acumular capital. Sua ideologia de extrema direita é colocada em xeque quando seu ajudante de ordens é pego em uma falsificação de cartão de vacinação, ou ainda, quando são surpreendidos tentando vender joias que seriam presentes para o Brasil. Nesse cenário, fica a pergunta: Onde está o político idôneo? Pelo jeito esse personagem não existe.

A preocupação é um sentimento que assombra o partido do PL, até porque, a imagem de Michele e Bolsonaro começaram a se deteriorar. O capital político está se esvaindo e, seguindo essa perspectiva, teremos uma terra arrasada para as próximas eleições. A extrema direita de Bolsonaro está se destruindo e o próprio PL será um partido minguado, com um carimbo de covil de Bolsonaro. Esse rótulo não é nada agradável e influenciará nas próximas eleição municipais, que serve de prévia para eleições presidenciais.

O “tic-tac” do relógio mostra o que todos já sabem, um ex-presidente desmoronando a cada dia, perdendo capital político, rumo à prisão. Sua esposa, a possível herdeira de seu capital político, não vive dias positivos. Seu nome também está marcado e envolvido no escândalo das joias e sua possível participação, começa a ser esclarecida.

Os próximos dias serão de pura tensão para Bolsonaro e Michele. Já o PL, se quiser manter a cabeça erguida como partido é melhor pensar em um novo plano para não acabar como o PSDB, que já foi um grande partido, mas hoje tornou-se um partido anão. Valdemar da Costa Neto viverá dias árduos caso sua aposta, chamada Michele Bolsonaro, também participe dessa tempestade que foi o escândalo das joias.

A próxima semana será de grandes expectativas para todos, caso Mauro Cid decida expor, abertamente, tudo o que viveu e presenciou durante o período que esteve ao lado de seu ex-chefe. Caso essa declaração se confirme poderemos ter mais de uma prisão, além de novas frentes de investigações que poderão surgir. Agora é esperar para ver.