Parlamento da Coreia do Sul Bloqueia Lei Marcial Decretada pelo Presidente Yoon Suk Yeol
A Assembleia Nacional da Coreia do Sul votou nesta terça-feira (3) para anular a lei marcial decretada pelo presidente Yoon Suk Yeol, em uma decisão que aprofundou a crise política no país. A medida, denunciada como uma tentativa de golpe pela oposição, foi rejeitada por unanimidade pelos 190 parlamentares presentes na sessão.
Crise Política e Voto Decisivo
O presidente Yoon anunciou a lei marcial em um pronunciamento nacional, justificando-a como necessária para defender a “democracia livre” contra “forças antiestatais”. O decreto, assinado também pelo Chefe do Estado-Maior do Exército, General Park An-su, proibiu todas as atividades políticas no país, incluindo protestos e operações de partidos políticos.
Apesar do bloqueio militar à entrada da Assembleia Nacional, os parlamentares conseguiram se reunir e votar contra a medida. O presidente da Assembleia, Woo Won Shik, declarou a lei marcial inválida, afirmando que os legisladores “protegerão a democracia com o povo”.
Reações e Mobilização Popular
Após a votação, policiais e militares começaram a se retirar das proximidades do parlamento, enquanto milhares de manifestantes se reuniam nas ruas pedindo o impeachment do presidente. Líderes do Partido Democrata, que detém a maioria na Assembleia, prometeram permanecer no plenário até que o decreto seja formalmente revogado.
Lee Jae-myung, líder do Partido Democrata e principal opositor de Yoon, classificou o decreto como “ilegal e inconstitucional”. Ele também acusou o presidente de tentar dissolver o parlamento para consolidar o poder.
Impacto Histórico
Essa é a primeira vez desde 1980 que a lei marcial é decretada na Coreia do Sul, revivendo memórias de períodos autoritários do passado. A medida suspende os direitos civis, substitui o governo civil por administração militar e é vista como um sinal extremo de tensão política.
O presidente Yoon enfrenta crescente pressão devido à queda em sua popularidade e a dificuldades para avançar com sua agenda em um parlamento controlado pela oposição.
Próximos Passos
Ainda não está claro se o presidente Yoon respeitará a decisão do parlamento. Enquanto isso, a oposição pede medidas mais severas, incluindo o impeachment do líder sul-coreano. Observadores internacionais acompanham de perto o desenrolar da crise, que pode ter implicações significativas para a estabilidade política e democrática na Coreia do Sul.


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