Eternizado
Outro dia um amigo querido me fez uma agradável visita, daquelas que os amigos fazem para nos aconselhar, aconchegar e fortalecer a seguir adiante, confiante naquilo que se acredita fazer sentido para a própria existência. Acabo de escrever isto e penso no quanto sou afortunada pelas amizades em minha jornada, independente de espaço e de tempo.
Uma amiga mencionou que o momento que compartilhamos recentemente num reencontro de estudos e atualizações da vida foi tão bom, tão bom, que durou um segundo. Como pode uma frase tão sucinta dizer tanto?
O mesmo ocorreu em relação à visita do meu amigo. Ele falou sobre a alegria de viver. Lembrou dos momentos difíceis que passou por conta da saúde comprometida e do fato de nunca haver se queixado da vida por isso, pelo contrário! Clarice Lispector diria que ele mais exclamava do que reclamava. Como de costume, contou uma de suas anedotas, tão peculiares à sua personalidade.
Lembrei-me de quando ele estava no hospital, com o corpo moribundo, mas a alma, como sempre, viva em seu olhar e sorriso, de quem fazia questão de estar presente e de participar da roda de conversa.
Foi assim que meu coração se reconfortou e agradeceu pela sua companhia em forma de lembrança durante o passeio com meu cachorrinho. Constatei nesse instante que a morte é uma ilusão. Assim como segue vivo em mim, certamente meu amigo segue vivo nos corações de cada um com quem trocou nos encontros e desencontros da vida. E, pelo visto, segue trocando.
Valeu, Marcílio! E até a próxima!
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