Entrevista com Carlos Osório
Carlos Osório é um carioca apaixonado pelo estado do Rio de Janeiro. Foi jornalista,cobriu grandes eventos para a CNN. Foi membro do Comitê Olímpico e participou ativamente das mudanças que o Rio passou para receber as Olimpíadas. Hoje segue como Deputado Estadual no PSDB, lutando por um Rio melhor.
Por Josué Júnior
Você foi o primeiro correspondente da CNN aqui no Brasil. Sente saudades dessa época de jornalista? Por que a mudança de jornalista para político?
Carlos Osório: Eu sinto muitas saudades do tempo que era correspondente da CNN aqui no Brasil. Um período muito interessante para ser jornalista e fazer cobertura internacional. Tivemos o impeachment do presidente Collor, as privatizações, a Eco-92. Foi um período muito interessante da minha vida. Depois, eu entrei na iniciativa privada e só. Entrei no setor público, bem mais tarde, em 2010. Eu fui correspondente da CNN no Brasil nos anos de 1992 e 1993.
Você saiu de uma disputa a candidatura para Prefeito da cidade do Rio de Janeiro. Qual é o balanço que você faz desse pleito para você, e a cidade do Rio de Janeiro?
Carlos Osório: Eu adorei a experiência de concorrer ao cargo de prefeito da minha cidade, apresentar meu nome aos cariocas pra que eles pudessem ter mais uma alternativa para a prefeitura do Rio. Foi uma campanha dura, mas feita de maneira correta, limpa. Percorri os quatro cantos da cidade, conheci ainda melhor o Rio de Janeiro e tenho só boas lembranças da campanha. Agora o prefeito Crivella, eleito pela população, inicia a sua administração e estamos todos nós aqui torcendo pelo sucesso do Rio de Janeiro.
A questão da segurança é algo que aflige a população carioca, um dos seus projetos era fazer alguma alteração na Guarda Municipal, como dar poder de policia; armar uma parte do seu efetivo em cerca de dez por cento, e fazer um trabalho integrado com a Policia Militar, Policia Civil e Guarda Municipal. Você não ganhou as eleições mas apoiou Crivella. Qual a possibilidade desse projeto ser implementado?
Carlos Osório : Eu acho que o prefeito Crivella já deu início as mudanças na Guarda Municipal, porquê umas das questões que serão discutidas em breve é a de armar os guardas. Esse é um tema que ainda vai ser analisado pela Câmara de Vereadores do Rio. Eu acredito que o novo prefeito deseja valorizar seus servidores e vai fazer isso com a guarda, dando mais capacidade de ação e possibilitando que ela seja uma presença efetiva na rua, garantindo a tranquilidade do cidadão, nas regiões de grande movimentação e nos principais corredores da nossa cidade.

Foto : Divulgação
Crivella ainda não chegou a 100 dias de governo e tudo está no início. Porem , já houve bastante movimento dentro do seu governo. Uma delas foi a indicação do seu filho a um cargo público; seu vice devendo IPTU; promessas de campanha sendo quebrada e assim por diante. Como ainda não chegamos aos 100 dias de governo, qual é a sua primeira impressão do governo Crivella?
Carlos Osório: Como em qualquer início de governo, antes de seis meses, é muito difícil fazer uma avaliação. Eu torço muito pelo sucesso da administração, pois será o sucesso da cidade.
O estado do Rio de Janeiro em crise, com um governador combalido. Para muitos cariocas, o que resta e rezar! Se você fosse o Governador do estado do Rio de Janeiro, qual seria seu primeiro ato, para começar a desafogar esse estado?
Carlos Osório: Renegociar o acordo com o Governo Federal.

Foto: Divulgação
Uma das saídas que o estado tem é começar a vender o seu patrimônio, e no meio de tudo isso está a CEDAE, a menina dos olhos de ouro do senhor Governador. Como você avalia essa venda caso ela aconteça?
Carlos Osório: Não sou contra privatizações, só não concordo em hipótese nenhuma autorizar a venda da CEDAE sem nenhum balizamento. É minha obrigação como legislador exigir que as condições da venda estejam claras. O governo se recusou a fazer isso. Nós do PSDB fomos voto vencido. Apresentei várias emendas nesse sentido,mas não consegui empestar. Agora, cheque em branco para esse governo sem nenhuma credibilidade, acuado e cassado não dou de jeito nenhum!
Caso o governador sofra o impeachment, existe a possibilidade de novas eleições para o governo. Você seria um dos candidatos a esse cargo?
Carlos Osório: Não
Existe outra saída para o estado? Se sim, aponte uma delas?
Carlos Osório: A única outra saída, é a intervenção federal.
O ano está começando e muitas notícias ruins já aconteceram no Rio de Janeiro. Existe melhora, a curto prazo, para que os cariocas comecem a vislumbrar uma luz no fim do túnel? Qual seria na sua opinião?
Carlos Osório: Acho que teremos um ano de 2017 muito difícil. O governo do estado sem nenhuma credibilidade, a crise se arrastando, acho que antes de melhorar, infelizmente, pode até piorar.
Muito boa a entrevista. Só não concordo quando ele diz que adorou a experiência de ser derrotado como candidato a prefeito. Ele é masoquista..?? Só pode.
Boa matéria Josue.
Abraços
Alexandre
Obrigado Alexandre ! Um abraço