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E daí?

 

 

Com essa pergunta, o Presidente Jair Bolsonaro inicia seu questionamento à jornalista que tentava informá-lo sobre os atuais números de óbitos decorrentes da Covid-19, enfatizando que o Brasil superou a China, em números de mortos pela pandemia. Nesse momento, a repórter é interrompida e o presidente descarrega a piada infame: “Quer que eu faça o quê? Eu sou Messias, mas não faço milagre”. Doloroso que num momento tão difícil, talvez o mais difícil de nossas histórias, a única palavra de esperança que recebemos de nosso líder político, seja um “E daí?”

Em seguida, Jair Bolsonaro questiona a jornalista se ela estaria realizando uma live (transmissão ao vivo); e resolve então refazer sua declaração, usando um tom mais ameno, inicia um discurso de lamento. O que pensar de um presidente assim? Só lastimar…

Desde o início da pandemia, o presidente vem realizando várias confusões, com a tentativa de desviar o foco do assunto principal que é a própria pandemia, sendo que dessa forma, ele joga as atenções para o campo político, com suas ações desastrosas.

Mandetta caiu, por desafiar suas ordens. Mandetta pregava o isolamento social e o achatamento da curva de contaminação da Covid-19. Bolsonaro saía às ruas para demonstrar que ele era contrário às recomendações do seu Ministro.

Bolsonaro consegue assim gerar uma grande confusão com a população, a ponto de apoiadores realizarem carreatas a favor do presidente, brasileiros defenderem a volta ao trabalho, pessoas saindo às ruas e ignorando as recomendações de isolamento social. Nessa queda de braço, o presidente demite o então ministro da saúde, Luiz Henrique Mandetta e nomeia ao cargo Nelson Teich, que entrou com status de consultor e se mantem como consultor (Teich, na sua carreira política nunca foi gestor, sempre foi consultor, diferente de Mandetta que já teve a experiência como secretário de saúde no estado do Campo Grande). Mas ele ainda não virou a chave para ser o administrador. No dia 28/04/20, vai à coletiva de imprensa para informar, com o rosto atônito que o Brasil irá precisar de medidas duras, lamentando o aumento do número de mortos que chegaram a 5.017, fonte do Ministério da Saúde, contrariando todo o seu discurso inicial de abertura do isolamento, apoiado pelo presidente. Isso significa que Bolsonaro está perdendo para seu próprio discurso de volta ao trabalho e fim do isolamento.

Muitos brasileiros estão tentando passar por essa pandemia de forma tranquila. É um momento de grande estresse, não só para o nosso povo, mas também para o mundo. Donald Trump, em entrevista na Casa Branca, no dia 28/04/20, citou o surto de Covid-19 no Brasil, e cogitou a possibilidade de corte dos voos do Brasil para o Estados Unidos. Essa declaração devia ecoar nos ouvidos do presidente brasileiro e servir de lição. Mesmo assim, ele continua dando declarações equivocadas e desviando o foco da pandemia. Hoje, o Brasil divide suas atenções entre o avanço da Covid e a demissão do ex-ministro Sérgio Moro. Infelizmente, essa briga vai longe e renderá muitas reviravoltas, causando ainda mais estresse para o povo brasileiro, ainda mais com a ameaça de impeachment decorrente da acusação feita por Moro em seu discurso de despedida do Ministério da Justiça, revelando que o presidente queria ter ingerência na Policia Federal.

Enfim, Bolsonaro está entrando e saindo de confusões, revelando seu estado de descontrole emocional, algo que não deveria fazer parte do cargo de presidente. É lamentável que o Brasil tenha que passar por essa situação; tudo poderia ser diferente se o Presidente tivesse o entendimento que o maior bem que se tem é a VIDA!

 

#vaipassar

Sobre Josué Bittencourt (1073 artigos)
Josué Bittencourt, carioca, pós- graduado pela faculdade Cândido Mendes. Atua no mercado com sua empresa Arte Foto Design é proprietário do site de conteúdo Linkezine. Registro Profissional: MTb : 0041561/RJ

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