“Não consigo respirar!”
Com essas palavras, George Floyd implorou a um policial branco, que com o joelho apoiado em seu pescoço, sufocava-o. Foram mais de dez minutos sendo asfixiado, e mesmo avisando que não conseguia respirar, não teve seu pedido atendido. Seria mais um caso de violência contra um negro, se não fosse a atitude de Darnella Frazier, que passava pelo local no exato momento. A jovem, ao ver a cena, sacou seu celular e começou a filmar. Um homem negro, algemado, gritava e implorava pelo direito de respirar e mesmo assim, a vítima continuava sendo sufocada pelo joelho do policial apoiado em seu pescoço e o rosto pressionando ao chão. Essa terrível cena fez Darnella, de 17 anos, não pensar duas vezes na divulgação das imagens.
É verdade que George Floyd tentou passar uma nota falsa de 20 dólares, e por isso estava sendo preso, mas nada justifica a truculência recebida, assim como nada justifica mais de 10 minutos sem respirar. Darnella usou do poder que hoje todo o cidadão tem para denunciar uma injustiça, o seu celular e as redes sociais.
Will Smith, ator americano, falou há algum tempo que câmeras de celulares estavam permitindo gravar a violência policial contra negros nos Estados Unidos, e foi justamente o que aconteceu no dia 25/05/20.
George Floyd faleceu e seu grito foi ouvido por toda Minneapolis, e por milhares de pessoas no mundo, o que ocasionou uma série de protestos. Lá nos Estados Unidos, já somam mais de dez dias de manifestações por todo o país. Aqui no Brasil, esse grito também foi ouvido e vários cidadãos se sensibilizaram. Pena que Sérgio Camargo, Presidente da Fundação Palmares, não se inclui nesse grupo. Ele nega Zumbi dos Palmares, nega o dia da Consciência negra e nega qualquer movimento negro.
A pergunta que fica é: Como um homem que está sentado em uma cadeira cuja missão é fomentar a consciência negra, nega esse movimento e ainda permanece no cargo? Essa pergunta poderia ser feita diretamente ao Presidente Jair Bolsonaro. Mas acho que de nada adiantaria, já que o presidente apoia esse tipo de política, negar o passado, e tudo o que foi construído pelo movimento negro em nosso país, além das conquistas que alcançaram.
Com a morte de George Floyd, acende no mundo uma luz; a luz de uma luta que já não é mais de um homem negro contra o sistema, agora a luta é de todos que sofrem discriminação, ou que se sensibilizem pela causa. Hoje, as injustiças podem ser registradas e denunciadas por qualquer pessoa, assim como Darnella fez, ela foi o pilar para o caso do assassinato de George Floyd.
A injustiça agora será vigiada por todo cidadão que tiver a coragem de denunciar.
#vidasimportam
O racismo é uma forma de preconceito das mais cruciais. O preconceito de classe, de religiao, de opção sexual, de ideologia política que fazem parte da “civilização” humana também faz muita vítima. Mas o preconceito racial é, com certeza, o mais hediondo. Onde estão suas raízes? Parabéns pela reportagem. Ninguém mostrou isso