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IMS apresenta o curta-metragem A gente acaba aqui, de Everlane Moraes

“A presença da morte em meio aos vivos”, dessa forma a cineasta Everlane Moraes descreve o seu novo filme, A gente acaba aqui (2021).


Produzido para o Programa Convida, o filme poderá ser assistido gratuitamente no site do IMS a partir do dia 5 de julho (segunda-feira).

“A presença da morte em meio aos vivos”, dessa forma a cineasta Everlane Moraes descreve o seu novo filme, A gente acaba aqui (2021). O curta-metragem, que trata de temas como perda e luto, poderá ser assistido gratuitamente, a partir do dia 5 de julho (segunda-feira), no site do Instituto Moreira Salles. 

O documentário foi produzido para o Convida, programa de incentivo artístico lançado pelo IMS em 2020. Em três fases, o projeto comissionou cerca de 171 artistas e coletivos para criarem novas obras. Os trabalhos concebidos estão disponíveis no site e nas redes sociais do IMS.

Para realizar o curta-metragem, Everlane voltou ao seu material de arquivo. A diretora apresenta filmagens que realizou em 2011, no funeral de seu tio, Wellington Conceição Fernandes, em Aracaju (SE). Atrás das câmeras, documentou o reencontro de parentes e amigos que compareceram para se despedir do falecido. Em imagens em preto e branco, registrou os detalhes do ritual, desde os móveis da casa onde o corpo estava sendo velado até o sepultamento no cemitério. Momentos de tristeza e introspecção são intercalados com comentários bem-humorados e conversas casuais.

Unindo sagrado e profano, o curta é “um documentário fúnebre sobre a única certeza da vida”, como afirma a diretora. É também uma homenagem aos vários entes queridos da cineasta que se foram após a gravação do filme, incluindo sua mãe, falecida no ano passado.

O curador de cinema do IMS, Kleber Mendonça Filho, comenta o curta: “Há mais de um ano, temos recebido filmes e obras de múltiplas linguagens a partir do Programa IMS Convida, num esforço de equipes curatoriais distintas. Essa produção sugere um panorama humano e artístico do Brasil nos anos Bolsonaro, marcados ainda pelos efeitos da pandemia. De maneira não planejada, o filme de Everlane Moraes − A gente acaba aqui − termina sendo a última entrega do Convida, uma obra marcada pela observação lúcida e amorosa do ritual de morte no Brasil. Poderia ser um home movie gravado a esmo, mas temos um ponto de vista sábio e curioso sobre como o Brasil lamenta a morte na intimidade familiar, como este país pode comportar-se numa despedida.”

O curador ressalta ainda o impacto do filme frente à atual conjuntura: “Espanta que as imagens exibidas no documentário estivessem guardadas há anos. Vistas agora, sugerem a atualidade de um noticiário de cinema e estão sendo tornadas públicas num momento fúnebre do Brasil, quando há um esforço grande de humanizar números que um governo inteiro tenta normalizar. As imagens brasileiras atuais do cotidiano observam o que se passa no país violento que é o Brasil, num fluxo gigante e ininterrupto. Relatos filmados em telefones, reportagens, especiais de TV, Facebook, lives, memes e TikToks compõem o nosso feed diário. Diante de tudo isso, o filme de Everlane me parece o mais discretamente devastador como conjunto de imagens sobre este momento do Brasil”.

Sobre Josué Bittencourt (1073 artigos)
Josué Bittencourt, carioca, pós- graduado pela faculdade Cândido Mendes. Atua no mercado com sua empresa Arte Foto Design é proprietário do site de conteúdo Linkezine. Registro Profissional: MTb : 0041561/RJ

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