Marighella
Wagner Moura faz a sua estreia como diretor de cinema com o filme Marighella, um filme muito aguardado que teve sua estreia adiada algumas vezes aqui no Brasil. A princípio era para ser lançado no dia 20 de novembro de 2020, no Dia Nacional da Consciência Negra, mas enfrentou problemas na liberação de verba da Agência Nacional do Cinema (Ancine). Na ponta do lápis foram três estreias canceladas, mas mesmo assim, o filme já fez um giro internacional sendo visto no 69 Festival de Berlim, no Festival do Cinema Brasileiro de Paris, na Itália o Bari International Film Festival, na Austrália o 66º Sydney Film Festival, no Chile o Santiago Festival Internacional de Cine, e na Índia. E esse giro já rendeu dois prêmios de melhor ator para Seu Jorge, um começo promissor.
Os brasileiros poderão conferir Marighella em grande circuito a partir do dia 4/11/21. O filme é baseado na biografia do jornalista Mário Magalhães, e conta a vida do escritor, político e guerrilheiro, Carlos Marighella, nascido na Bahia em 1911, filho de uma baiana com um imigrante Italiano, e ainda novo largou o curso de engenharia civil para se filiar ao PCB em 1934.
Depois da filiação ao partido, Marighella toma a decisão de sair da Bahia para morar no Rio de Janeiro para começar uma carreira política, para ser o dirigente do partido PCB a nível nacional. Foi perseguido e preso, e sua prisão demorou mais de um ano. Marighella teve uma vida difícil, uma hora estava escondido pelo partido, outra estava preso. Só em 1946 consegue ser deputado federal pela Bahia, e nesse período teve um breve relacionamento com Elza Sento Sé, uma operária da Light, com quem teve um filho, Carlos Augusto Marighella, nascido em 1948. Suas ações estarão exibidas no filme de Wagner Moura, na época Marighella foi considerado inimigo número 1 da ditadura militar, sendo que na noite de 4 de novembro de 1969, Marighella foi surpreendido por uma emboscada na Alameda Casa Branca, sendo morto a tiros por agentes do DOPS em uma ação coordenada pelo delegado Sérgio Paranhos Fleury. Críticos do filme já adiantam que Marighella não tem mensagem subliminar, é um filme para apresentar uma pessoa real que viveu em um Brasil real. Wagner Moura tem no seu elenco Seu Jorge, no papel de Carlos Marighella, Adriana Esteves interpretando Clara e Herson Capri como Jorge Salles. Humberto Carrão, Bruno Gagliasso, Rafael Lozano, Luiz Carlos Vasconcelos e Bella Camero completam o elenco. É um filme com um viés político sem rodeios, que tem a missão de desvendar uma época conturbada e nebulosa de um Brasil assolado pela era Vargas, e depois massacrado pela Ditadura Militar. Então, bora pegar a pipoca e correr para o cinema que a sessão já vai começar!
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