O primeiro debate com os candidatos à presidência foi palco de brigas e confusões, onde Janones e Salles protagonizaram cenas grotescas nos bastidores, entre palavrões e um início de tumulto, a turma do ‘deixa disso’ já tinha separado os brigões. Posso dizer que essa movimentação nos bastidores ficou por isso mesmo. Já no palco principal o primeiro golpe foi proferido pelo atual presidente e candidato, Bolsonaro, que sem perder muito tempo, seguiu com sua estratégia de questionar a corrupção no governo PT. A primeira pergunta foi um direto no estomago de Lula, cuja resposta não foi satisfatória. Lula sentiu o golpe e não reagiu de forma enfática, muito menos chamou Bolsonaro para arena, enquanto Bolsonaro afirmava a todo momento a delação feita pelo Palocci, ex-ministro da Fazenda de Lula no período de 2003 a 2006, e que foi preso pela polícia federal na operação lava-jato em 2015. Sua delação premiada concedeu o direito de liberdade provisória em regime prisional semiaberto domiciliar, colocando em cheque os governos Lula e Dilma. Palocci era considerado um homem forte do PT, foi ministro da Fazenda na era Lula e ministro da Casa Civil na era Dilma, cuja austeridade era contestada por muitos, ao ponto de colegas de partido sinalizar que o comportamento que ele mantinha não era compatível com uma pessoa de esquerda. Palocci era o homem forte do PT, e sua delação até hoje faz estragos quando é lembrada. Foi com essa cartada velha e amassada que Bolsonaro começou o debate, e com o decorrer do tempo os debatedores começaram a se soltar até o bloco onde jornalistas fizeram suas intervenções no debate, realizando a pergunta para um debatedor e pedindo a resposta para o outro. Vera Magalhães, jornalista do programa  Roda Viva e colunista do jornal O Globo , realizou uma pergunta direcionada para Ciro pedindo comentário de Bolsonaro, a pergunta era técnica direcionada para vacina, Ciro já foi realista na sua resposta: o Brasil demorou muito para comprar vacina, e com essa afirmação de Ciro em conjunto com a pergunta de Vera Magalhães deixou Bolsonaro louco de raiva, ao ponto de cometer seu primeiro devaneio. Segue sua fala à jornalista: “Acho que você dorme pensando em mim. Você tem alguma paixão em mim. Não pode tomar partido num debate como esse. Fazer acusações mentirosas a meu respeito. Você é uma vergonha para o jornalismo brasileiro.”

Bem, não preciso dizer que o título da matéria “Mexeu com uma mexeu com todas “, revela que depois deste episódio nada belo, as mulheres ali presentes se uniram, com esse start Simone Tebet tomou as dores com justa razão e foi agredida, Bolsonaro conseguiu uma façanha histórica, foi para um debate para angariar votos femininos e conseguiu agredir as mulheres que viram o debate com sua fala agressiva. Soraya Thronicke dentro do seu tempo de fala reagiu assim “Quando homens são tchutchuca com outros homens, mas vêm para cima da gente sendo tigrão, eu fico extremamente incomodada. Aí eu fico brava, sim”, falou em referência ao youtuber que chamou Bolsonaro de “tchutchuca do centrão”. Foi um debate acalorado, onde muitos especialista deram a vitória do debate a Simone Tebet. Os candidatos Felipe D’Ávila, Soraya Thronicke, Simone Tebet, Ciro Gomes, Bolsonaro e Lula, tiveram um tempo valioso para desenvolver estratégias de debate e apresentar um plano de governo, entre um ataque e defesa, e tivemos bons momentos como Lula estendendo a mão ao Ciro, e em contra partida vimos um sorriso no rosto de Ciro. Creio que serviu como um aceno a uma possível aliança no futuro. Lula sofreu ataque de Bolsonaro, não apresentou seu plano de governo, tentou puxar da memória dos brasileiros o tempo em que ele governou o Brasil, quando tínhamos picanha e churrasco toda semana, lembrança que não volta mais, pois ela só existe em foto de celular,  e vamos lá, é disso que o brasileiro precisa? Educação, saúde, segurança, saneamento básico, entre outras coisas trocadas por churrascos e compras à prazo? Já Ciro toda vez que começava a falar, pedia para que os telespectadores visitassem seu site para obter mais informações, e fez isso algumas vezes, além de citar sua Lei Antiganância, para afirmar seu compromisso como os programas sociais. Soraya não desenvolveu muito bem sua plataforma, é verdade que teve bons momentos, mas por ser nova em debates falhou muito em tentar explicar sua ideia de imposto único, além de ter cometido blefe quando pediu para reforçar a segurança, porque falaria algo grave caso os debatedores continuassem a mentir, blefe que não pode tornar a se repetir, pois se tem algo sério e comprometedor que fale em cadeia nacional para que fique registrada a denúncia, foi uma falácia sua atitude. Bolsonaro, ele é como dizem por ai, tosco até o último grau, mentiu várias vezes e sua conduta não requer comentários. Felipe D’Ávila, é um estreante na política que tem um partido com um pensamento de direita voltado para o empreendedorismo, e acredita que o governo possa ser dirigido como uma empresa. Até agora o partido Novo fez um governador que é Romeu Zema, governador de Minas Gerais, que está em primeiro nas pesquisas com pouca margem para o segundo colocado que é Alexandre Kalil. D’Ávila não se perdeu em suas oportunidades de se apresentar apenas não brilhou. Simone Tebet conseguiu organizar muito bem sua fala, toda vez que foi acionada dava o recado, apresentou sua proposta de governo falando em educação, corrupção, desenvolvimento, saúde e economia, e na parte de infra estrutura deixou claro sua preocupação com saneamento básico, e ainda fez mea-culpa com relação a corrupção em seu partido, o MDB, alegando que conhece bem quem são os políticos que não farão parte de seu governo. Fechou um compromisso com as mulheres de dar paridade no Palácio do Planalto. Ela sim fez a diferença no debate, e com Simone Tebet é assim, mexeu com uma, mexeu com todas!