Em 1989 foi decretada a erradicação da poliomielite em solo brasileiro, de lá para cá muitas campanhas de vacinação foram realizadas e a paralisia infantil tinha suas marcas deixadas no passado. A campanha de vacinação contra a poliomielite era muito bem sucedida. Tínhamos um representante importante: o Zé Gotinha, personagem simpático e carismático criado pelo Ministério da Saúde para tornar lúdico, o momento da vacinação. Posso afirmar que foram muitas crianças imunizadas através de duas gotinhas e dessa forma protegidas da paralisia infantil.

Tempos idos que não voltam! Hoje, vivemos uma era onde muitos brasileiros questionam a ciência e sua incumbência. Tais dúvidas são responsáveis pela redução na procura pelas vacinas.  Por esse motivo, em quase dois anos de pandemia da Covid 19, muitos brasileiros não buscaram a imunização, por duvidar da eficácia desta e de outras vacinas. Muitos pais deixaram de buscar os postos de saúde para vacinar seus filhos, graças à onda de desinformação e desvalorização da ciência. Como tudo na vida há causa e consequência, hoje vivemos a volta do fantasma da poliomielite. Para muitos, esse retorno foi uma surpresa, já que o Brasil é um país com tradição no habito de vacinação e ter a volta de uma doença que a princípio estaria erradicada, causa surpresa e espanto.  Por esse motivo, o Ministério da Saúde prorrogou a campanha da pólio até o dia 30 de setembro. A ideia é vacinar o máximo de crianças entre 1 a 5 anos. A meta da campanha é atingir 95% das crianças vacinadas, esse feito só foi atingido no ano de 2015.

Caroline Gava, assessora técnica do Departamento de Imunização e Doenças Transmissíveis do Programa Nacional de Imunizações, fez essa declaração:

“Aqui no país, nós temos um risco de reintrodução (do vírus) com esse cenário de baixa cobertura vacinal”, afirma Caroline Gava. O risco é real e precisamos ter a consciência de que a ciência é nossa maior aliada, sem ela podemos voltar a um passado sombrio.  Vamos vacinar nossas crianças para que elas possam ter um futuro melhor, sem susto.