Foi apertado? Sim, foi! Essas eleições foram as mais apertadas de todos os tempos, sem muita margem para erros, por um único motivo, cada erro significava voltar uma casa para trás. E assim foi o nosso segundo turno.

O primeiro debate do segundo turno apresentou um empate, com margem para o candidato hoje derrotado, acreditar que tinha conquistado terreno. Não foi bem assim, no decorrer desse pleito Bolsonaro derrapou em vários momentos. A primeira derrapada foi no Círio de Nazaré, sua aparição não era bem vista, mas ele fez questão de marcar sua presença. Depois, durante sua ida a Basílica de Nossa de Nossa Senhora Aparecida, outra derrapada que custou um puxão de orelhas do Bispo durante a missa, triste, mas foi isso que aconteceu. Não satisfeito, Bolsonaro nos apresentou aquela terrível fala a respeito de um episódio, com meninas venezuelanas de quatorze ou quinze anos. Por fim, a sua postura seriamente problemática, em querer tumultuar as eleições, relatando problemas nas inserções das peças publicitárias para rádios. Essa confusão pode sugerir um terceiro turno inexistente, igual ao de Dilma Rouseff e Aécio Neves, em 2014. Quem lembra?  

O Brasil enfrentou uma recessão sem fim, a economia estava em frangalhos e o país quase na lona, um verdadeiro circo de horrores. O que veio depois foi o governo de Michel Temer que projetou uma passarela na qual o Brasil caminhou seus dois últimos anos, atravessando, até chegar as eleições de 2018.

É preciso conhecer um pouco de como foi a vitória de um personagem oriundo da internet, um político chamado Bolsonaro. Para muitos, uma figura caricata da extrema direita, que só servia para arrancar risadas e não mais que isso. O problema é que esse bobo da corte ganhou forma depois de algumas aparições em um programa chamado CQC. O programa, que era veiculado na Band, tinha a intensão de levar humor ao ambiente político. Era um programa humorístico que brincava com temas os políticos, debochava de assuntos sérios, dando no que deu, voz a um bufão chamado Bolsonaro. Esse foi o start do candidato da extrema direita, hoje derrotado. O que podemos ver, a partir do dia 1 de janeiro de 2023, é um homem de 77 anos que pegará um país dividido e terá, como missão, unir novamente nossa sociedade. O ano de 2023 não será fácil, com muitas agendas a serem cumpridas e a mais urgente será o combate a fome que se alastra em nosso solo. Essa desigualdade terrível afeta de forma mais direta e cruel, as camadas mais pobres da sociedade.

Outro desafio complexo será a economia, abalada com a pandemia e a guerra na Ucrânia. Infelizmente, Bolsonaro cuidou de sua reeleição e esqueceu dos problemas internos, deixou a economia nas mãos de um banqueiro, Paulo Guedes, que beneficiou muito os seus, mas esqueceu-se da classe média e, principalmente, dos pobres. Aliás, esse governo servia aos amigos ricos e ninguém sentirá falta de um ministro que pretendia diminuir os benefícios dos aposentados e pensionistas. Vá com Deus!

Mais um problema sério e urgente a resolver é o atraso na educação, causado pela pandemia, atraso esse que não foi “percebido” por Bolsonaro. Sem falar do nosso SUS, tão desamparado nesse governo! São tantas pendencias que é melhor deixar para a nova equipe de Ministros. Nossa Amazônia ficará agradecida caso Marina Silva assuma o posto de Ministra do Meio Ambiente. Será bonito ver Simone Tebet lutando em defesa das mulheres, no Ministério da Mulher da Família e dos Direitos Humanos e quem sabe o Ciro amoleça seu coração e volte a ser o ministro da Fazenda ou em outro ministério. Ele é um homem competente e com muita bagagem, não pode ficar de fora dessa nova edificação do Brasil. Isso tudo precisa passar para o país voltar a crescer e ser feliz. Bora Lula! Vem fazer brilhar essa estrela novamente!