Poderia ter sido um General
Essa é a melhor definição que podemos atribuir ao ajudante de ordens Mauro Cid. Sua história já é bem conhecida, mas vamos garimpar fatos novos ou, pelo menos, entender melhor seu perfil. Outra opção seria tentar projetar o futuro de sua carreira, caso não fosse o ajudante de ordens de Bolsonaro. Essa última opção é fácil prever, pelo currículo o generalato seria seu último posto dentro da instituição, igual a seu pai, um general amigo de Bolsonaro. Pelo visto, a família Cid só terá o pai de Mauro Cid como ocupante do último posto do exército, já que seu avô paterno, por motivos políticos, ainda no tempo da ditadura, chegou a coronel e permaneceu no cargo até sua aposentadoria.
O neto seguirá o mesmo destino do avô, por motivos políticos deverá permanecer nesse posto até a sua aposentadoria. Cada um sabe o seu destino. Mauro Cid fez, para muitos interlocutores, mais do que deveria ter feito pelo cargo que ocupava. Não se sabe ainda sobre a conduta que adotará durante os depoimentos que estão por vir. O que está sendo amplamente divulgado é a sua troca de advogados, sai o advogado Flavio Roca, amigo de Flavio Bolsonaro, para a entrada de Bernardo Fenelon e Bruno Buonicore, especialistas em delação premiada. Essa denominação: “delação premiada” é músicas para os jornalistas e ainda ser especialista no assunto é o mesmo que “pegar uma pipoca para o filme que já vai começar”.
Já o jornalista Lauro Jardim, do jornal O Globo, em sua coluna, informou que existe uma outra linha de pensamento para a defesa de Mauro Cid, seria a Persecução Penal. Esse instrumento serve para quem comete crimes de menor gravidade e confessa. Se for seguir essa linha, Mauro Cid assumirá todos os crimes que poderiam pertencer a Bolsonaro. Para o pai de Mauro Cid, o amigo general de Bolsonaro, o clã Bolsonaro estaria se esquivando de ajudar seu filho, meio que deixando para trás. Expectativa e realidade são duas circunstâncias que surpreendem tanto para pior, quanto para melhor. Nesse caso, não se sabe como será! Por essa razão é melhor colocar as barbas de molho.
Daniel Silveira, o ex-deputado federal que tanto bradou contra o STF, hoje dorme em Bangu. Seu pedido de perdão, feito por Bolsonaro, foi suspenso. Sua candidatura ao senado acabou em pesadelo, ao ver Romário eleito e ele sendo preso pelos atos antidemocráticos. A cela fria que ocupa hoje não é aquecida pelos apertos de mãos da família Bolsonaro, pelo contrário, acredito que ninguém do clã fora visitá-lo. Se Mauro Cid decidir seguir os passos de Daniel Silveira estará dando adeus a uma carreira quase brilhante no Exército brasileiro e por isso fica a pergunta: Qual a razão para tanta lealdade?
A semana irá começar com a terrível tarefa de desvendar essa pergunta. Mauro Cid precisa falar o que sabe, afinal foram quatro anos de um governo impondo sigilo de cem anos em tudo o que acontecia. Agora chegou a hora de revelar ao povo, o motivo de tento silêncio, afinal quem não deve não teme.
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