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Entrevista com o Dr. Marcelo Peixoto,coordenador da Comissão de Prontuário e Medicina do CREMERJ

Entrevista do mês foi com o Dr. Marcelo Peixoto, coordenador da Comissão de Prontuário e Medicina do CREMERJ. Nesse bate- papo Linkezine tentou entender um pouco sobre as novas tecnologias inseridas na medicina, e os avanços que as novas práticas podem beneficiar o nosso dia a dia.

   


   A pandemia abriu um novo mundo para a medicina. Como o senhor analisa as consultas feitas por videochamada?

Peixoto:

É fato que durante a Pandemia de Covid-19, pela restrição a locomoção imposta às pessoas, houve um enorme aumento dos atendimentos à distância.  No entanto, essa popularidade e o aumento do interesse pela teleconsulta devem ser vistos com muita atenção.  A telemedicina não foi inventada na  pandemia e possui regras estabelecidas desde 2002 pelo Conselho Federal de Medicina. O atendimento médico presencial continua sendo o padrão e é insubstituível.  Não se pratica medicina sem o exame físico do paciente.  O teleatendimento,  pela praticidade e comodidade, é  muito bem vindo,  evitando deslocamento até o consultório médico e  pode  ser utilizado para acompanhamento do paciente, para mostrar exames e até como  consulta para esclarecimento de dúvidas com o especialista.  Particularmente, para uma primeira consulta e, muitas vezes, até em consulta de retorno, o exame físico é essencial para um diagnóstico correto e proposição do tratamento adequado. Naqueles casos em que o paciente está distante ou impossibilitado de procurar o médico, o atendimento pode começar à distância, mas deve ser complementado por consulta  presencial  assim que possível. É o que diz a norma (Res CFM  2314/22 –  Telemedicina –  e  Lei Federal   14.510 – Telesaúde). O que temos visto é o oferecimento indiscriminado de atendimento à distância como se pudesse substituir a consulta presencial em um movimento que visa, muitas vezes, mera  diminuição de custos de operadoras de saúde.

   Quase todos os aplicativos dos planos de Saúde oferecem o atendimento de telemedicina. Essa popularização da telemedicina simboliza que daqui a um curto prazo, teremos o fim das consultas presenciais?

Peixoto:

Como explicado acima, não existe nem nunca vai existir medicina sem exame direto do paciente. Os aplicativos são bem-vindos, a consulta à distância  como  opção de atendimento também, mas é preciso sempre esclarecer com  precisão  as  indicações e as limitações  do atendimento à distância  e, principalmente,  o direito do paciente e  do médico em optar  pelo  atendimento presencial sempre que necessário.   Quem oferece atendimento por Telemedicina tem que também  garantir o  direito de seu paciente/usuário de ter o atendimento presencial  quando necessário. 


  A inteligência artificial já é uma realidade e vem sendo inserida em vários segmentos de trabalho. Essa nova tecnologia já está inserida na medicina? Caso sim, onde já é possível ver esse avanço na medicina?

Peixoto:

A inteligência artificial tem sido mais utilizada em programas de prevenção de doenças e na análise de dados referente a programas de saúde a serem implantados. A prática médica é personalíssima e a utilização da IA na prática médica diária é muito incipiente.

  A tecnologia 5G já é uma realidade no Brasil e em outros países. Já existem relatos de médicos atuando em cirurgias via 5G. Para o senhor o médico estar presente ou em 5G faz diferença? Se sim, qual seria essa diferença?

Peixoto:

Não pode existir atendimento médico completo sem a presença física do médico. Teleconsulta é uma parte do atendimento médico.  As próprias cirurgias à distância, robóticas, permitem que um médico com mais experiência comande o procedimento  remotamente, mas exige a presença de  equipe cirúrgica presencial, para assumir o procedimento no caso de algum  imprevisto técnico  (resolução  CFM  2311/22). A utilização da máquina não afasta a presença do médico no manuseio da mesma além de sua indispensável presença física para lidar com possível complicação inesperada.

Para muitos estudiosos, a nanotecnologia na medicina pode ajudar em: exames, cirurgias, pós-operatório, remédios, vacinas e em outros assuntos direcionados da medicina. Essa tecnologia pode ser a última fronteira para achar o fim de alguns grandes problemas de saúde?

Peixoto:

   A medicina está em constante evolução. A pesquisa constante na busca da cura de diversas doenças caminha pelo  conhecimento  da  ultraestrutura  do  corpo humano e utiliza  as  mais  diversas  tecnologias na busca de soluções,  inclusive a nanotecnologia.  É mais um recurso disponível este caminho. 

Sobre Josué Bittencourt (1130 artigos)
Josué Bittencourt, carioca, pós- graduado pela faculdade Cândido Mendes. Atua no mercado com sua empresa Arte Foto Design é proprietário do site de conteúdo Linkezine. Registro Profissional: MTb : 0041561/RJ

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