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RJ e o novo Cangaço

O jornalista Otavio Guedes, em seu blog da G1, fez um alerta sobre o que vem acontecendo na política de segurança pública do estado do Rio de Janeiro. Deputados da ALERJ (Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro) estão realizando uma disputa com o governador, pelo domínio das polícias militar e civil, algo já visto em outros governos.

Não é novidade a influência de alguns deputados nas corporações polícias. Para muitos, essa moeda política ajuda nos momentos de angariar votos. Em épocas distantes, alguns comandantes de batalhões eram apadrinhados por políticos, mas essa prática teve fim no período do governo de Sergio Cabral, com o projeto das UPPs, associado a chegada do Delegado Federal, José Mariano Beltrame, um servidor público federal de carreira, com a missão de instituir a ordem numa cidade caótica.

No fim de sua era, a aprovação de Beltrame tornara-se quase uma unanimidade, tirando uns ou outros que torciam o nariz para o seu trabalho. Beltrame conseguiu ser um secretário de segurança pública, com muito brilho e holofotes, sem ser maculado com nenhum grave desvio. Esses tempos não teremos mais!

Hoje, temos uma Alerj pronta para avançar na política de segurança pública e um governador cercado por “Novo Cangaço”. Esse é o apelido dado ao movimento que deixou o governador sem o seu homem da polícia civil, o Delegado José Renato Torres que assumiu, por apenas três semanas, o cargo de secretário da Polícia Civil.

O jornalista Otavio Guedes, em seu artigo, informou o motivo que levou o início desse movimento. Com a nomeação do Delegado Federal, Leandro Almada, para a superintendência da Polícia Federal, a classe política temeu ser surpreendida por operações direcionadas a ela e, para garantir um controle maior, começaram cercar o governador.        

O resultado desse cerco já surtiu efeito, o governador perdeu seu secretário de Polícia Civil para outro, com poder político. O novo secretário tem o apoio de políticos da ALERJ e o próximo passo desses políticos será os Batalhões da Polícia Militar. A ascensão da violência na cidade, somada ao governo federal que faz de tudo para não associar a imagem de Castro às ações realizadas na cidade, ainda mais quando três médicos são brutalmente assassinados, sem uma resolução para o caso. Tudo isso faz com que a vida política de Claudio Castro, para as próximas eleições municipais, vá de mal a pior. Sua força política, caso ele pretenda eleger algum candidato à prefeitura, não será satisfatória. Claudio Castro terá que costurar muitos acordos se quiser apoiar algum candidato à prefeito.

As eleições municipais já começam a bater à porta. O ano vira com Eduardo Paes movimentando o tabuleiro com força, mesmo sem saber ao certo se Paes virá candidato ou não. Alguns especialistas em assuntos políticos apostam num Paes almejando a administração estadual do Rio de Janeiro. Paes, na sua segunda eleição ao estado, viu a candidatura escapar por entre os dedos com a onda bolsonarista. Witzel ganhou a eleição graças ao apoio da direita, situação que não se repetiu em 2023.

Por esse motivo, acredito que Eduardo Paes avalie o tabuleiro pensando em jogadas para as eleições estaduais, mas sem abandonar as eleições municipais. Já Castro está virando um cantor sem público, com tantos problemas e acordos a sua frente para resolver. Com um estado caótico e um governador cercado por um “Novo cangaço”, só nos resta esperar para saber como o nosso governador cantor sairá desse cerco.               

Sobre Josué Bittencourt (1074 artigos)
Josué Bittencourt, carioca, pós- graduado pela faculdade Cândido Mendes. Atua no mercado com sua empresa Arte Foto Design é proprietário do site de conteúdo Linkezine. Registro Profissional: MTb : 0041561/RJ

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