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Rio, cidade do caos e violência

O mês de dezembro, para muitos brasileiros, é um mês de celebração, alegria e realizações para o ano que se aproxima. O morador do município do Rio de Janeiro tem esse mês como marco do início do verão e das férias escolares.

O que seria positivo para muitos comerciantes, principalmente, em bairros turísticos como é o caso de Copacabana. Mas, a verdade é que o período se torna o início do caos, presságio de inúmeros transtornos, principalmente quando inicia o final de semana, com praia lota de turistas brasileiros e estrangeiros.

Em busca de oportunidade para cometerem crimes, alguns jovens procuram em dias de sol, não somente o lazer e a diversão como a maioria. Esses jovens adultos, na faixa de 18 a 20 anos, têm em mente provocar baderna e desordem em todos os âmbitos. Cometem crimes de agressão, depredação, furto, assalto, um verdadeiro show de horrores para quem está perto ou vivencia esse “espetáculo”.

No sábado, dia 02/12/23, o empresário Marcelo Benchimol de 67 anos, morador de Copacabana, tentou defender uma vítima de furto e levou o revés. Foi agredido com um soco que o levou a cair ao chão desmaiado e, ainda teve seus pertences roubados.

Esse episódio covarde gerou uma reação desproporcional por parte dos moradores daquela região, que não aguentam mais viver sobre o domínio do medo. Alguns moradores foram às ruas para fazer justiça, com as próprias mãos. 

O Coronel aposentado da  Polícia Militar e historiador  Ibis Pereira , o Coronel Ibis Pereira, fez a seguinte declaração para o Linkezine.

 “Eu comecei a minha vida dentro da PM trabalhando com programas de prevenção à prática de atos infracionais infanto-juvenil. Fico com uma tristeza imensa em perceber que quase quarenta anos depois, a gente não consegue enfrentar esse tema adequadamente e, agora, suportando essa barbárie organizada. É muito triste!”  

O Coronel Ibis Pereira completa seu pensamento ao falar em ação, através da indignação:

“Mas acho também que precisamos organizar a indignação; a formação de grupos de valentões para o justiçamento pelas próprias mãos, não pode ser considerado normal! Isso é sintoma de um grave adoecimento e, esse adoecimento é de natureza política, fundamentalmente.”

No momento em que estamos, o adoecimento que o Coronel Ibis Pereira comenta é a falta de políticas públicas para a retenção dos jovens infratores. Essa falta de políticas públicas leva ao xeque-mate, em que a sociedade vive atualmente.

Infelizmente, o amplificador só é ligado quando acontece um ato severo de violência na zona sul carioca. O que vem acontecendo no bairro de Copa também acontece em outros bairros, com maior frequência e violência, mas não ganham visibilidade. A chegada das férias escolares, somadas ao verão e aos recessos de fim de ano, deixam a cidade e o estado em alerta.

No Centro da Cidade há relatos de assaltos todos os dias, com graus de violência excessivos por parte dos agressores, a maioria jovens adultos. Os bairros da Tijuca, Vila Isabel, Maracanã, Grajaú e Andaraí também mantem índices altos de furtos, assaltos e agressões.

Tanto no Centro da Cidade, quanto na Grande Tijuca, existem o programa de “Segurança Presente”, financiado por empresários. Esse braço da segurança pública ajuda, porém com várias ressalvas. Uma delas é o horário que não abrange 24 horas e, aos finais de semana, a escala é diminuta. Assim como as UPPs, o programa de Segurança Presente necessita de uma reformulação. O Governo de Claudio Castro precisa ativar projetos de políticas públicas com eficiência. O morador do município do Rio de Janeiro vê essa tragédia piorar a cada ano. Há relatos que em alguns bairros como o Centro do Rio, existam ruas que a população não acessa pela falta de segurança.

Em Vila Isabel, a rua Barão de Cotegipe ficou apelidada como a rua do “PERDEU”. As imagens produzidas pelas câmeras de segurança espalhadas por toda a cidade não são suficientes para ajudar a coibir essa onda de violência crescente, e o governo se mantem inerte.

O Prefeito Eduardo Paes não consegue dar suporte ao Estado, com uma guarda municipal reduzida e sucateada. Os projetos sociais não conseguem resgatar esses jovens e o ciclo de violência e caos se mantem em alta, a cada verão.

O ano de 2024 será o ano de eleições municipais, um ano de muitas promessas por parte dos candidatos. É nesse momento que devemos ter em mente que a verdadeira mudança, começa no sistema legislativo. Precisamos votar certo para não nos arrependermos depois.      

Sobre Josué Bittencourt (1132 artigos)
Josué Bittencourt, carioca, pós- graduado pela faculdade Cândido Mendes. Atua no mercado com sua empresa Arte Foto Design é proprietário do site de conteúdo Linkezine. Registro Profissional: MTb : 0041561/RJ

1 comentário em Rio, cidade do caos e violência

  1. Excelente reflexão. Creio que, além das políticas públicas – indispensáveis neste caso -, é preciso que pensemos de que forma é possível promovermos uma melhor distribuição de renda, inclusive envolvendo o setor privado. Ações em massa envolvendo treinamento profissional e programas de estágio ofertados diretamente às populações mais vulneráveis, por exemplo. Ações amplas e permanentes de governo, em conjunto com a sociedade civil. Não acredito que somente a repressão policial possa dar conta desta complexidade.

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