Rio de Janeiro, cidade maravilhosa?
A morte de três médicos, assassinados por engano, apresentou para o Brasil e para o mundo um Rio de Janeiro já conhecido pelos cariocas. Neste episódio, a atuação, tanto do tráfico quanto das milícias, foi exposta de forma explícita.
A cidade do Rio de Janeiro é cativante, as pessoas são abertas a receber bem todos que aqui chegam, mas infelizmente, o carioca convive com elementos que transformam a cidade em um show de horrores.
Três médicos que vieram ao Rio, com o objetivo de ampliar seus conhecimentos, resolvem relaxar, já que no dia seguinte enfrentariam uma maratona de eventos. No final da noite, à beira mar, tomando algumas cervejas e conversando. Só não sabiam que essa atitude tão habitual se transformaria em uma tragédia.
Com isso, o governador Claudio Castro foi exposto a uma dura tarefa: justificar como o crime organizado, no estado do Rio de Janeiro tem o poder de prender, julgar e aplicar sentenças, sem que o estado seja o protagonista da ação, e tudo acontecendo em menos de 24 horas. A resposta foi tão rápida, que a polícia ainda está avaliando como tudo aconteceu.
Enquanto isso, as redes sociais e os detetives digitais de home office “bombam”. As mídias com teorias de crime político, desacreditam do trabalho da polícia, com a tese de que o crime por engano é um engodo. Para esses detetives, só tenho a dizer que aqui no Rio de Janeiro, o crime pune comparsas que cometem erros que possam prejudicar o grupo, simples assim.
Caso a polícia entrasse nos locais dominados por esses criminosos, o prejuízo seria sem precedentes. Para o crime, foi melhor apresentar os culpados já punidos, que enfrentar as consequências das investigações. Essa “punição” serve como um recado para a sociedade e para o governador de quem domina a cidade. Dessa forma, a polícia fica numa posição mais cômoda e o governo dá graças a Deus pelo desfecho rápido do caso. Os locais dominados pelo crime não são mexidos e depois de uma semana, tudo volta à normalidade.
Esse é o grande problema de quem vive no Rio, conviver com a banalização da violência e com a cultura de que é melhor não mexer para não ser incomodado. Com isso, o crime ganha força e cada vez mais se organiza para continuar a crescer. Os bastidores desse episódio revelam uma cidade de joelhos. É só pensar um pouco em que mundo isso acontece? Desde quando criminosos fazem vídeo conferência dentro de presídio para julgar ações de outros criminosos?
Outra situação constrangedora para o governador Claudio Castro explicar é como e por que uma região cercada por hotéis, que atraem turistas, localizado na orla, não tem policiamento? Talvez o governador não tenha resposta para essa pergunta, nem para como o crime organizado conseguiu apresentar os culpados, em menos de 24 horas.
Zuenir Ventura propagou a teoria da cidade partida. Hoje, a cidade não está mais partida, ela está dominada por criminosos e o estado esperando um milagre. Ricardo Capelli, secretário do Ministério da Justiça, informou que a União irá ajudar o estado do Rio de Janeiro. Será este o milagre? Já vimos promessas como essa e nada aconteceu. Agora é juntar a vergonha e rezar por dias melhores.
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