CORAÇÃO MADURO
Neste mês de agosto a Olimpíada é o papo em alta, não só no Brasil como em todo o mundo. São tantos temas a tratar, abertura, medalhas, atletas, países, história, mas o assunto que quero abordar aqui é o coração do brasileiro.
A alegria, o espírito boêmio e o acolhimento são indiscutivelmente características das mais destacadas do nosso povo. Dramático por natureza, sente e sente de verdade, tanto as alegrias quanto as tristezas, e não se melindra em expressar as emoções.
Percebe-se, no entanto, que as mágoas, as revoltas, os ressentimentos vividos nos últimos anos de confronto com a exploração, a desigualdade, a corrupção, tudo o que suportamos por muito tempo e para o qual temos dado um basta, deixou nosso coração ferido e cansado. Desiludidos, não demos muita atenção aos preparativos da festa olímpica, até duvidamos dos seus benefícios e tememos seus efeitos ao término. Ainda tememos, não sabemos como se refletirão, especialmente na terra carioca.
Este momento de pausa em relação à crise que vivemos nos tem permitido reconectar à nossa essência que, como mencionei há pouco, é alegre, festeira, agregadora. Ainda, diante da atenção de tantos olhos de todos os lugares do mundo, evidenciou-se que esse coração-criança amadureceu e que, além de guerreiros e criativos, somos sensatos e responsáveis.
Crescer dói, costumo dizer. Mas também expande e liberta. Hoje temos mais consciência de que somos tão capazes quanto qualquer nação. E de que podemos realizar muito mais do que imaginamos!
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