O perfil de Geraldo Alckmin
Geraldo Alckmin é um ex-tucano histórico que governou São Paulo, entre 2001 a 2006 e 2011 a 2018, tornando-se o político que, por mais tempo, comandou o governo paulista desde a redemocratização do Brasil. Em 2018, ao se candidatar presidente, Alckmin vivia seu melhor momento tanto no PSDB, quanto no mundo político e agradava a alguns, mas desagradava a tantos outros. No campo econômico, seu nome não continha muitas ressalvas. Já seu opositor, Fernando Hadd, era recheado de interrogações originárias do mercado financeiro. Seu partido, o PT, vinha de um impeachment somado a operação Lava Jato, enfim, muitas desconfianças pairando no ar. Já Bolsonaro, praticamente ninguém o conhecia. Seu trinfo na época era Paulo Guedes e a história de como inicia o governo Bolsonaro, todos já sabem e não havendo necessidade de reforçar.
Alckmin é médico de formação, católico, com uma boa base familiar, casado com a senhora Maria Lúcia Guimarães Ribeiro Alckmin, mais conhecida como Lu Alckmin. Geraldo é pai de três filhos sendo que seu filho Thomaz, faleceu em um acidente de helicóptero, em 2015. Sua vida política começa em 1970, ao entrar para o movimento estudantil católico. Já na década de 80, no PMDB, é eleito para Deputado Federal, realizando o projeto de Lei 8078/90, que com o avançar do tempo dá origem a lei do direito do consumidor. Outra contribuição importante para o Brasil foram pequenos projetos que se converteram na Lei Orgânica da Assistência Social (LOAS). Sua caminhada como político eleito começa como vereador em 1973, pelo antigo PMDB. Nos anos subsequentes se manteve firme na sua jornada, foi prefeito de Pindamonhangaba, sua cidade natal, e esse é o grande diferencial da sua força política, ele sabe conversar com interior paulista, assim como com as corretes conservadoras, sem perder sua identidade. Nessa eleição, essa corrente conservadora confiou em Alckmin para o pleito. É preciso lembrar que o interior paulista é conservador e ficou dividido entre Tarcísio e Alckmin.
Sua chegada ao PSDB foi em 1988, ele ficou até 2021 quando pretendia ser candidato ao governo em 2022. Por sua carreira política era de se esperar uma indicação sem passar pelas prévias, isso não aconteceu. Seu afiliado político João Doria, que na época era governador e exercia uma presença austera dentro do partido, sem respeitar até mesmo seu padrinho político, fez valer as regras e exigiu que Alckmin concorresse as prévias tendo como concorrente Rodrigo Garcia. O fim desse imbróglio foi a transferência de Alckmin para o PSB, partido de Marcio França. Sua saída foi solitária já que ninguém do PSDB juntou-se a ele, seguindo para o novo partido. Tudo levava a crer que a carreira política de Geraldo estava no CTI e dali iria para o cemitério. Ninguém propunha um diálogo, assim como ele não buscava dialogar com ninguém, até seu nome ser lembrado pelo PT, para com Lula formar uma chapa PT, PSB e assim foi feito. Alckmin renasceu para a vida política sendo vice de Lula e coordenador da transição do gabinete presidencial. Sua história política falou mais alto e seu deslocamento para o PSB fez prevalecer um Geraldo Alckmin renovado que sorri, com firmeza na oratória, aprendendo a ser leve, sem perder sua identidade e seus compromissos com os antigos aliados, o que faz dele um novo político.
Quem chora hoje é o PSDB que se encolheu e perdeu a eleição para o governo. Rodrigo Garcia não alavancou como Doria imaginava. Hoje, Doria está fora do PSDB e fora da política. Geraldo Alckmin segue sua carreira, olhando para o futuro do Brasil como vice-presidente eleito e coordenador de transição. Suas ações dentro da coordenação já começaram a garantir, a estabilidade política. Sua prioridade é a manutenção do valor de R$ 600.00 (seiscentos reais) do auxílio emergencial. Em algumas reuniões já realizadas é ventilada a volta do nome Bolsa Família deixando de lado o nome Auxilio Brasil. Alckmin olha para o futuro sem tempo a perder com o seu passado.
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